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Experiências de corregedorias de Justiça são discutidas na 1ª reunião de juízes auxiliares

Experiências de corregedorias de Justiça são discutidas na 1ª reunião de juízes auxiliares

Retorno de júris populares, citações e intimações e utilização de novas tecnologias por cartórios foram alguns dos temas pautados

A primeira reunião de juízes auxiliares das Corregedorias Gerais de Justiça do Brasil foi realizada, nesta quarta-feira (4), integrando a programação do 84º Encontro do Colégio Permanente de Corregedores Gerais dos Tribunais de Justiça do Brasil (Encoge). Foram debatidos a realização dos júris populares, citações e intimações durante a pandemia, o manual de alienação de bens apreendidos e as conciliações e mediações nas serventias extrajudiciais com uso de tecnologias digitais.

Conduzindo os debates, o juiz Antônio Rafael Wanderley Casado da Silva, auxiliar da Corregedoria Geral de Justiça de Alagoas (CGJAL), explicou que já existia em nosso Estado, desde 2019, o Comitê de Atores Judiciais, composto por representantes das instituições que atuam no sistema de Justiça, que participou dos debates para elaboração da resolução que estabeleceu o retorno da realização de julgamentos populares.

"Aqui em Alagoas, ficou estabelecido que há necessidade da presença do juiz, promotor, defensor e jurados. O réu solto pode escolher participar pessoal ou virtualmente; já o réu preso é conduzido ao júri, exceto se a defesa e a acusação aceitarem que seja por videoconferência. Aqui também restringimos a entrada do público, que pode acompanhar por um link. O Judiciário está obtendo muitas experiências positivas com a pandemia", disse o juiz Antônio Rafael Casado.

Durante o debate, houve consenso na necessidade da presença dos jurados na sessão do júri, em obediência ao princípio da incomunicabilidade dos jurados.

Citações e Intimações na pandemia

Para falar sobre a experiência de Alagoas, o juiz João Paulo Martins contou que antes mesmo da pandemia, algumas unidades judiciárias já estavam testando a intimação por aplicativos de celulares; e com a necessidade do isolamento social e de manter a prestação jurisdicional, houve um aumento na utilização dessas novas tecnologias. 

“O servidor da secretaria faz o contato por meio de correio eletrônico, aplicativo de mensagem e faz ligações também e só depois dessas tentativas é que as intimações são encaminhadas pelos oficiais de Justiça. Acredito que mesmo depois da pandemia devemos estimular o recurso de meios eletrônicos nas comunicações processuais”, disse.

As citações eletrônicas estão sendo cada vez mais aceitas pelos tribunais de Justiça do Brasil e a expectativa é que essa modalidade permaneça após a pandemia.

Manual de Alienação de Bens Apreendidos

O juiz Luiz de Moura e a servidora Heloísa Castelo Branco, da Corregedoria Geral de Justiça do Piauí, apresentaram o Manual de Alienação de Bens Apreendidos do projeto Destinar. O programa tem como objetivo dar celeridade na destinação de bens apreendidos e custodiados pelo Judiciário do Piauí, impedindo a superlotação dos locais de custódia, deterioração e desvalorização.

Os valores advindos de veículos e outros objetos não vinculados a processos judiciais são repassados para o Fundo Especial de Reaparelhamento e Modernização do Poder Judiciário do Piauí. 

Durante a troca de experiências, foi destacada a necessidade de regulamentar a destinação dos bens apreendidos.

Tecnologias digitais

Para finalizar os debates, a juíza Lorena Carla Sotto-Mayor expôs uma proposta de provimento para regularizar o uso de tecnologias digitais em conciliações e mediações nas serventias extrajudiciais. Segundo a magistrada, o distanciamento social nos impôs a utilização de novas tecnologias de uma forma mais intensa e merece uma atenção maior por parte das corregedorias. 

"Aqui em Alagoas nós identificamos interesse de serventias que buscaram a Corregedoria a fim de verificar a possibilidade do uso das plataformas digitais. O uso dessa modalidade seria apenas para direitos disponíveis. Na ideia de provimento que nós começamos a proceder, mesmo os direitos disponíveis teriam de ser passíveis de solução através dessa ferramenta", disse.

Os juízes avaliaram que há necessidade de se considerar a realidade de cada unidade federativa - visto que em algumas as serventias extrajudiciais ainda não demonstraram interesse em realizar o procedimento.

Todas as propostas constam em ata que será apresentada aos corregedores de cada Estado, para que eles possam discuti-las na tarde desta quinta-feira (05), com avaliação da necessidade de inserção desses temas na Carta do 84º Encoge.

Robertta Farias - Dicom TJAL

Fotos: Itawi Albuquerque – Ascom CGJ/AL
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